quinta-feira, 5 de abril de 2012

As coisas se renovam! Ó linda terra de arte, cor e calor


   Abrindo-me para aceitar esse momento diferente da cidade de Olinda e da minha jornada, comecei a perceber que as coisas se renovam.
Eu agora estava aos poucos conhecendo novas pessoas, e também ainda compartilhando muito com os antigos amigos que vinham com freqüência me visitar. Continuei fazendo trocas muito especiais.  Esses dias troquei alguns truques de barbantes com um mágico que conheci e que ficou meu amigo.      Conheci também uma osteopata espanhola que trocou seu tratamento pela minha massagem. Agora, já sou participante ativa do domingo cultural da casa , sendo que atuei ( apresentando minha cena criada na Colômbia) e cantei Raul Seixas nessa última edição do mesmo. Como Surama está de férias e Hilton não fica muito em casa, eu acabo muitas vezes fazendo o papel de “recepcionista” e também sou “convocada” para esclarecer os diálogos de Hilton com os hóspedes que não falam português.
Caminhando pelas ruas da cidade eu reitero meu amor por Olinda...
Eu gosto especialmente dessas magníficas noites de verão eterno.
Agora, estou criando o hábito caminhar na calçada à beira mar, logo que o sol se põe. Não é um trajeto muito longo, mas é impressionante tudo o que se pode apreciar de beleza nesse curto percurso. O mais marcante de tudo em primeiro lugar é a sensação forte da brisa do mar na pele; o vento refrescante (porém nunca frio), dando uma trégua daquele dia de intenso calor e sol e acaba de se por. As infinitas possibilidades de cores, sombras e desenhos que enfeitam o céu. De um lado o mar, as pedras, com suas centenas de gatos, das mais variadas formas, volumes, cores, idades... neste mesmo lado ainda, se vê a cidade de Recife ao longe e também alguns barquinhos espalhados no mar. Do outro lado as inúmeras casinhas coloridas, os morros, o farol, as pontas das igrejas ao alto, os coqueiros e as nuvens que fazem panos de fundo à eles. Com sorte, ainda se pode ouvir no caminho as batidas dos tambores que ecoam das praças, com o ritmo dos afoxés, do samba ou dos maracatus.
Fico me perguntando se é possível ser ou ficar triste aqui... acho que o calor não deixa. Conflitos mentais combinam mais com baixas temperaturas. O sol é forte, mas o povo não “esquenta a cabeça”.
Estar em Olinda é como pairar em uma outra dimensão, uma dimensão superiormente interessante. Dimensão de sonho, arte música, cor, calor.
Até o sotaque pernambucano é musical, como tudo aqui. Com algumas palavras sinto um deleite especial. Assim é com: “CAENGA”  “CASA CAIADA” e “TOTÓ”, que são os nomes que “passam” por mim, quando estou na parada de ônibus. Mas têm outras também deliciosas de se pronunciar, como os nomes de cidades e bairros: BEBERIBE e IMBIRIBEIRA. E que tal uma loja com o nome de “INSINUANTE”, com o som do “T” com a ponta da língua nos dentes da frente?
Eu estou quase a ponto de desistir em resistir com o incisivo sotaque gaúcho, afinal de contas não quero parecer turista, muito menos agressiva, fora que esse som macio vai penetrando nossos poros...  Assim como faz a brisa do mar.

Um comentário:

  1. Querida, que maravilha que a tua viagem esteja sendo tão rica, e não só uma viagem para lugares fantásticos no mundo, mas para lugares fantásticos dentro de ti!
    beijos
    Teresa

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