quarta-feira, 18 de abril de 2012

Por que será que estou aqui?


Percebi que eu realmente estava me embrenhando mata adentro quando enxergo ainda sonolenta, uma placa na estrada por onde percorria meu ônibus, alertando para presença de veados  no caminho (só para esclarecer, se trata aqui do animal mesmo). Para uma pessoa criada na zona urbana, isso é algo no mínimo incomum.
Foi quase a mesma sensação que tive quando em Goiana, (Pernambuco) fui abrir a janela do meu quarto de madrugada e ainda sonolenta, dou de cara com um burro ( trata-se aqui do animal mesmo). Sobre essa viagem eu não contei ainda, trago neste momento apenas essa lembrança. Foi uma sensação muito distinta essa... Um burro no meio da madrugada na janela do meu quarto!
Mas voltando à outra viagem, eu estava nitidamente me aproximando muito da natureza, já não se via mais casas há muito tempo na estrada e eu estava me aproximando do Vale do Capão, meu próximo destino... O Capão fica na Chapada Diamantina, no coração da Bahia.
“Por que será que estou vindo pra cá?”, “O que estou fazendo aqui?” Eu me perguntava naquele momento, e muitas vezes, volto a me fazer a mesma pergunta. De certa forma eu tinha uma resposta, mas ela não me convencia completamente, ou melhor, ela ainda não me explicava tudo...
A resposta era que eu estava ouvindo falar de Capão, quase desde o primeiro instante em que eu havia colocado meus pés em Olinda. A maioria das pessoas que chegavam lá vinha de Capão, ou já tinham estado aqui. Todas elas falavam maravilhas do local. Alguns estrangeiros me falaram que consideravam inclusive o melhor lugar do Brasil. Mas o argumento que verdadeiramente me convenceu foi a descrição de que Capão era um local de muita natureza, arte e espiritualidade. Para mim essa “tríade básica” é o que acredito ser o mais próximo possível de uma “vida feliz” Essa minha amiga do teatro que conheci em Olinda morava aqui e minha amiga francesa também estava com planos de vir (novamente). Eu poderia seguir minha prática das danças aqui mesmo. Me disseram que tinha espaço para ensaios também (o que eu já não tinha mais em Olinda).  Então decidi que deveria vir para cá mesmo. Mais cedo ou mais tarde esse ano, eu já havia definido que iria conhecer o lugar, mas achei, devido a essas circunstâncias, que esse era o momento. Eu já havia sido informada também de que Capão era um local com uma energia muito forte.
Eu ainda estou tentando definir o que é o Capão, mas tem sido uma tarefa difícil... eu estranho o lugar, estranho as pessoas e me estanho também...
Bom, é necessário também relativizar esse meu estranhamento, pois na verdade faz três dias que estou começando a me recuperar de uma dengue que adquiri em Olinda. Faz uma semana que cheguei aqui, e o que fiz até agora foi basicamente ficar de repouso...


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